A inflação no varejo está começando a prejudicar os lojistas, trazendo preocupações quanto ao cenário que devemos esperar para o próximo ano. Por enquanto, o volume de vendas se mantém abaixo do esperado. Não para todos, claro. Em minhas lojas, posso dizer que os resultados foram além do esperado na Black Friday e têm se mantido excelentes. Mas não é assim para o comércio em geral.
Como vocês sabem, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve um aumento de 10% nos últimos 12 meses, o que impactou diretamente as vendas do varejo.
Claro, o maior motivo para o aumento da inflação no varejo é a própria pandemia. Depois de anos de uma certa estabilidade, em que sabíamos aproximadamente o preço de qualquer produto, estamos vivenciando uma época de remarcações frequentes. Se você faz mercado sabe que está pagando quase o dobro por muitos itens. Café, por exemplo. Eu comprava uma marca cujo pacote de meio quilo era vendido por R$ 8,00 ou R$ 9,00 ano passado. Agora, custa R$ 14, R$ 15…
O combustível está sendo vendido a preços absurdos. E tudo isso gera uma consequência para o lojista, já que ele também precisa arcar com as despesas de transporte dos produtos. Hoje, vou avaliar esse cenário e irei dar algumas dicas sobre como não sofrer tantos prejuízos nesse momento.
Inflação no varejo: a reabertura do comércio influenciou na alta dos preços
Sim, o combustível tem sido alvo de grandes preocupações ultimamente. Uma vez que mais que 90% das mercadorias para chegarem ao seu destino são transportadas por via terrestre o que elevou o preço do frete este ano. E se o lojista tem comércios em cidades diferentes, seu gasto aumenta ainda mais e acaba pesando no orçamento.
Só que a gasolina não é a única responsável por todas as despesas do lojista no momento.
Com o início da pandemia, o mundo inteiro ficou paralisado. As empresas sofreram um grande impacto ao precisarem interromper a produção. As vendas, claro, despencaram. Somente agora é que todos voltamos a tentar nos recuperar.
A reabertura do comércio praticamente exigiu que as empresas fizessem um reajuste. Com a volta da economia, foram os produtos que começaram a faltar por causa do aumento na demanda junto com a falta de insumos para a produção.
Por isso, os lojistas tiveram um uma adequação de preço dos seus produtos. É apenas um reflexo dos acontecimentos.
As coleções de 2022 terão preços reajustados e teremos que nos preparar para enfrentar mais um ano desafiador em 2022.
A mão de obra foi prejudicada pela pandemia
Na minha opinião, o maior prejuízo da pandemia foi para a qualidade e a quantidade da mão de obra disponível para o comércio (pessoal, claro que estou falando APENAS do ponto de vista da gestão de lojas. É lógico que nossa maior perda foi a imensa quantidade de vítimas da pandemia. Todos sofremos com a partida de pessoas queridas, amadas…).
Mesmo com essa crise enorme que estamos vivendo, muitas pessoas ainda estão inseguras para voltar a trabalhar. Na minha rede de lojas, por exmplo, tive uma troca de 30% do meu quadro de funcionárias.
As pessoas criaram uma necessidade de ficarem trabalhando em casa. O home office acabou dificultando o regresso dos funcionários para o trabalho presencial e, numa loja, isso é fundamental.
Eu consigo ver dois sentimentos opostos: uma parcela da população que não via a hora de voltar ao trabalho presencial e outra parte que não quer mais voltar.
Os auxílios oferecidos pelo governo foram de grande ajuda, injetando bastante dinheiro na economia e promovendo o consumo. Mas foi um ano bastante difícil para manter o quadro de funcionários completo. Mas agora, tudo indica que a situação se normalizará.
Inflação no varejo: saiba o que deve acompanhar para não ser pego de surpresa
Existem algumas situações que o empresário pode acompanhar no dia a dia para não ser pego de surpresa, como as despesas em geral e o gasto com salários por exemplo, que pela primeira vez tiveram um reajuste acima dos 10%.
Antes de tudo, vamos lembrar quais são as despesas principais de uma loja?
– Aluguel;
– Impostos;
– Pessoal;
– Contabilidade;
– Internet;
– Material de limpeza etc.
Então, o impacto acaba sendo grande. A minha dica para o lojista é: foque nas maiores despesas, que são aluguel, impostos e pessoal, que representam 80% das despesas de uma loja.
Comece renegociando o aluguel. Muitas locações tiveram aumento de 30% por causa do IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado).
Em relação à folha de pagamento dos funcionários, você pode até demitir um ou outro e depois remontar a equipe, só que tenha em mente que começar do zero também gera gastos com treinamento. Será que realmente compensa? Não seria melhor investir em treinamento e aumentar ao máximo a produtividade do time que já está com você?
Tente descobrir o que está te criando custos muito altos e verifique se há como reduzi-los ou simplesmente cortá-los.
Inflação no varejo: Será que compensa mexer na logística?
O lojista que é franqueado tem uma grande vantagem que é um profissional capacitado pensando pela marca durante esse momento de crise.
Ou seja, o franqueado deve seguir os conceitos da marca com suas normas e diretrizes que as franqueadoras disponibilizam. Além disso, precisam saber atender as equipes de campo que auxiliam as franquias nesse em momentos como esse.
Já os empresários que têm multimarcas precisam cuidar de si mesmos. Então, procurar novos fornecedores é fundamental para conseguir negociar um preço melhor e uma condição de pagamento mais acessível.
E fica a dica: não faça isso apenas em tempos de crise. Isso precisa ser uma constante em seu negócio.
Quanto à logística, pode ser interessante dar uma mudada. Existem milhares de fábricantes e distribuidores. Procure fornecedores que sejam mais compatíveis com suas necessidades e negocie até encontrar o que for mais vantajoso.
Talvez um atacado mais próximo de sua loja acabe saindo mais em conta, já que o custo do frete também impacta no preço do produto.
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Preste bastante atenção nos pontos que expliquei hoje e coloque em prática para tentar reduzir os prejuízos dessa crise.
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